quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

31º Bienal de Arte - EE Dulce Leite da Silva

31ª Bienal de Arte e crianças: uma boa combinação?

A Bienal tem proporcionado momentos relevantes para aproximar o mundo infantil com o mundo da arte atual, tornando-se, assim, um instrumento de posicionamento, de protesto, pois retrata e encara a realidade de maneira crítica. A criança aprende com a arte, quando olha e questiona o que vê. Experimentar o estranhamento é um exercício importante e saudável, possibilitando novas experiências, desconstruções e leituras de mundo, pois é no chão da escola que educadores e  educandos desenvolvem e aprimoram novos olhares.
Abaixo, temos um relato da Professora Maria Marta que ministra aulas de Arte na E.E. Dulce Leite da Silva em que podemos constatar as experiências estéticas vividas por alunos na tenra idade.




E.E. Profª DULCE LEITE DA SILVA
Relatório da visita à 31ª Bienal de Artes de São Paulo

No dia 18 de setembro de 2014 levamos as crianças dos 4ºs anos A e B para visitarem a Bienal de Artes no Ibirapuera, aos chegarmos lá, formos muito bem recebidos  pela equipe organizadora  e os monitores do local.
Conforme instruções recebidas pelos monitores, atravessamos uma parte do parque onde por todos os lados víamos os cartazes da Bienal com a obra do artista indiano Prabhakar Pachpute e as crianças ficaram encantadas e muito donas de si, pois, já se sentiam íntimas do artista, por terem estudado  no dia anterior, em sala de aula, sobre a vida e obra do mesmo. Eles estavam muito ansiosos para mostrarem o que sabiam sobre ele e até foto do cartaz alguns tiraram, de tão empolgados que ficaram.
Chegando na porta de entrada as monitoras pediram que separassem as turmas em dois grupos mistos, um grupo ficou com a professora Helena e outro ficou comigo, os dois grupos fizeram dois círculos e enquanto aguardávamos  a ordem para entrar as crianças ficaram brincando entre si.

Logo em seguida chegou uma monitora que se apresentou e pediu para que a acompanhássemos para conhecer as obras em exposição. Ao entrarmos, ela reuniu as crianças em uma tenda que estava armada lá dentro, e fez uma dinâmica de aquecimento com eles, a brincadeira do telefone sem fio. Quando a brincadeira terminou, atravessamos as catracas e começou aí a nossa jornada cultural. Na subida da rampa de acesso ao andar superior, do lado esquerdo, tinha um mapa imenso com vários símbolos, os quais a monitora ficava sempre problematizando através de perguntas o que os alunos achavam  que podia ser e como deveria ser. As crianças respondiam  e muitas se envolviam com o assunto, enquanto outras ficavam alheias  ao que estava acontecendo. Perguntei a monitora se íamos ver alguma obra do indiano Prabhakar Pachpute, pois as crianças estavam ansiosas para vê-la já que tínhamos falado tanto sobre ele e suas obras, ela disse que não estava no roteiro, mas,diante do comentário que fiz ela disse que passaríamos no final.
Chegando mais a frente, encontramos outro conjunto de obras com várias telas, onde houve outro questionamento sobre o que as crianças achavam que o artista queria dizer com aquela obra e o que elas achavam que podia ser. Pediu também para que elas construíssem uma história a partir daquelas imagens, e muitos se envolveram nessa história participando atentamente desse momento, enquanto outros, nem tanto.









Passamos por uma parede muito alta, que passava um filme do dia-a-dia do metrô, Linha amarela, com várias pessoas indo e vindo, escada rolante indo para cima e para baixo. A monitora pediu para que eles escolhessem uma daquelas pessoas, dessem um nome para ela, e acompanhassem o seu trajeto no meio de toda aquela gente que ali transitava.





Saindo desse espaço, passamos por outra parede muito grande, toda revestida de espelhos, um diferente do outro. Um que deixava mais gordo, outro mais magro, outro mais alto, outro mais baixo. A monitora pediu para que eu ficasse do outro lado da parede espelhada com algumas crianças e ela ficaria daquele lado do vidro com a outra parte.
As crianças perceberam que do lado espelhado não dava para ver as crianças que estavam do outro lado, via-se apenas a imagens deles refletidas no espelho com deformidades; e as crianças do outro lado viam quem estava do lado espelhado e ficavam acenando com as mãos achando que também podiam ser vistos. Esta experiência foi vivenciada pelos dois grupos, tanto de um lado quanto do outro. Eles ficaram encantados com a possibilidade de verem e não serem vistos.
Saindo desta sala, entramos em outra que tinha vários objetos dentro de uma vitrine, inclusive bichos empalhados. A monitora informou que fazia parte do acervo da artista que viajou por vários lugares e resolveu juntar todos aqueles elementos que achou interessante e que passou a fazer parte da sua história. As crianças acharam muito interessante todo aquele mostruário de coisas distintas.

Esta foi a última obra que visitamos no andar superior, descemos a rampa e então perguntei a ela sobre a obra do indiano, ela disse que tinha se esquecido, mas que depois voltaríamos para ver a obra dele(quando estávamos descendo, passamos por várias instalações que chamaram a atenção das crianças, mas que não podemos ver porque o nosso tempo de visita já tinha acabado). A  monitora pediu para que entrássemos em uma sala que era um ateliê de arte, onde haviam monitores esperando as crianças para fazerem uma dinâmica de encerramento. Enquanto elas se divertiam com os monitores, eu fiquei preenchendo um relatório sobre tudo que se passou desde a chegada até o término do roteiro elaborado por eles. Observei que a dinâmica aplicada era como a blablação dos jogos teatrais, onde havia um diálogo em português e que no meio da conversa terminava com uma linguagem diferente inventada por eles na base do improviso, eles gostaram muito e interagiram com os monitores.



Ao término da dinâmica, saímos e fomos visitar a imensa obra do indiano, que ocupava três andares e havia sido pintada a carvão, obra que o artista levou vários dias para concluir, de tão grande que era, e tudo isso e muito mais as crianças já sabiam a respeito do artista, e elas ficaram muito felizes em conhecer pessoalmente uma obra cujas perguntas da monitora elas sabiam todas as respostas, e ficaram com sede de mais, e eu mais feliz ainda por proporcionar a eles esse grão de mostarda do conhecimento.



Embora o passeio tenha sido muito curto e as crianças não tenham visto nem dez por cento das obras, acho que foi válido pela oportunidade que eles tiveram de conhecer um pouquinho do imenso mundo da Arte.
Professora: Maria Marta- Artes
Coordenadora Pedagógica: Cláudia Rodrigues

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